Joaquim Dibo foi um destacado educador e líder comunitário em Araçatuba, São Paulo, conhecido por seu papel fundamental na criação da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba. Sua dedicação à educação e ao desenvolvimento da região deixou um legado duradouro.
Início da Carreira e Envolvimento Educacional
Radicado em Araçatuba, Dibo dedicou-se ao ensino e à promoção de iniciativas educacionais. Sua visão e liderança foram cruciais para mobilizar a comunidade local em prol da criação de uma instituição de ensino superior na cidade.
Faculdade de Comércio D. Pedro II
Em 1933 criou a Faculdade de Comércio D. Pedro II, tendo como sócio seu cunhado Fausto Perri. Logo após ele assume, em 1938 a Direção Geral da faculdade. Sua sede ficava na esquina da rua Carlos Gomes com a Regente Feijó, chegando aos fundos até a esquina da praça João Pessoa. Era uma referência na cidade.
Essa instituição era bem conceituada e um dos principais centros de ensino da cidade. Oferecia os cursos: Básico e Técnico de Contabilidade, inicialmente denominados Propedêutica e Curso de Contador; e também: Curso Ginasial, Datilografia e Taquigrafia. Quantidade imensa dos jovens da cidade frequentavam essa Escola. Essa dispunha de uma quadra de esporte que era muito utilizada para treinos e até campeonatos regionais; vários jovens eram estimulados para a prática de basquetebol e voleibol. Como os cursos eram predominantemente noturnos, nesse período havia enorme movimento de jovens na Escola e na Praça Getúlio Vargas, ao lado. Muitos professores do então ensino ginasial e técnico (atualmente ensinos fundamental e médio) ali começaram suas carreiras. A Escola era muito respeitada. Ali foi formada boa parte da elite cultural e social da cidade e muitos líderes políticos.
O então Colégio Estadual e Escola Normal de Araçatuba, anos depois designado Instituto de Educação Manoel Bento da Cruz, em período de construção de nova sede, funcionou temporariamente utilizando salas de aula da Escola Técnica de Comércio D. Pedro II.
Jornal A Comarca
Em sociedade com Fausto Perri, dr. Augusto Simpliciano Barbosa e dr. Arlindo Raposo de Mello, Joaquim Dibo foi proprietário do jornal A Comarca e da Livraria e Tipografia Bandeirantes.
Entre vultos de Araçatuba que foram estimulados pela citada Escola, encontra-se o ex-aluno Almir Rodrigues Bento (1918-1945) que se notabilizou como Jornalista e escritor. Em seu livro “O Estranho Idioma”, Impresso em A Comarca, em 1939, o autor dedica-o a alguns cidadãos da cidade, como Joaquim Dibo e Fausto Perri.
Fundação da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba
Em meados da década de 1950, Dibo liderou o movimento para estabelecer a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba. Com o apoio de figuras políticas e sociais influentes, como Nicolau Fares, proprietário da Rádio Cultura de Araçatuba, e os prefeitos Dr. Aureliano Valadão Furquim e Dr. Joaquim Geraldo Corrêa, a iniciativa ganhou força.
A Câmara Municipal de Araçatuba, sob a liderança de presidentes como Aristides Troncoso Peres e Augusto Simpliciano Barbosa, também apoiou a causa. A imprensa local, representada por veículos como Tribuna da Noroeste e Diário de Araçatuba, contribuiu para a divulgação e promoção do projeto.
Apoio de Entidades e Personalidades Locais
Diversas entidades e personalidades locais uniram-se em torno da iniciativa. A Associação Odontológica Regional, sob a presidência de Elias Gonçalves da Motta e Ruy Damiano Castilho, e a Associação Comercial de Araçatuba, liderada por Izidoro Villar e Antenor Geraldi, foram fundamentais no apoio ao projeto.
Professores renomados da região, como Fausto Perri, que acompanhou Dibo em todas as iniciativas educacionais, e outros educadores como Abranches José e Adelino Moreira Marques, participaram ativamente dos primeiros concursos vestibulares da faculdade.
Legado de Joaquim Dibo
A dedicação de Joaquim Dibo à educação e ao desenvolvimento de Araçatuba resultou na criação de uma instituição de ensino superior que continua a formar profissionais de destaque nas áreas de Odontologia e Medicina Veterinária. Seu legado permanece vivo na comunidade acadêmica e na cidade de Araçatuba.

