Nelson Pires, político enraizado na dinâmica comunitária de Araçatuba, assumiu a presidência da Câmara Municipal no biênio 1975-1977, em plena ditadura militar que moldava o Brasil com centralização e vigilância. Como vereador desde os anos 1970, ele se destacou ao articular projetos de mobilidade urbana, como a extensão de linhas de ônibus para os bairros operários e a revitalização de praças no entorno da Avenida Paraná, respondendo ao crescimento populacional impulsionado pela agroindústria canavieira. Seu mandato foi um ato de equilíbrio delicado, aprovando orçamentos que priorizaram creches e postos de saúde periféricos, enquanto navegava pelas restrições federais, garantindo que a voz local ecoasse em sessões que fomentavam o diálogo sem confrontos abertos.

Mais tarde, como vice-prefeito na gestão de Germínia Dolce Venturolli (1989-1990), Pires assumiu interinamente a prefeitura, consolidando seu legado de transição suave e foco no social. Conhecido em relatos orais como um tecelão de consensos, seu nome simboliza a persistência democrática em tempos cinzentos.