


Outra rua importante de Araçatuba e que liga vários bairros, entre eles o Centro, o São Joaquim, o Paraiso e Novo Paraíso é a Rua Barão do Triunfo. Mas quem foi Barão do Triunfo? Na verdade General Joaquim de Andrade Neves (1807-1869) primeiro e único Barão do Triunfo, chamado pelo Duque de Caxias de “o bravo dos bravos do exército brasileiro” serviu no exército de 1826 a 1869 quando morreu de ferimentos sofridos durante a Guerra do Paraguai.
Em 1826 se alistou como voluntário, mas nesse mesmo ano se desligou para auxiliar seu pai na sustentação de sua família. Quando em 1835 estourou a revolução farroupilha no Rio Grande do Sul, Andrade Neves com os guardas nacionais militou a favor da causa imperial, distinguindo-se em todos os combates em que entrou e recebendo o pôsto de tenente-coronel honorário. Andrade Neves recebeu dois ferimentos de bala, entretanto permaneceu no campo de batalha até o término da luta em 1845. Em 1851 serviu na campanha contra o ditador Rosas. Em 1864, quando da invasão brasileira à República Oriental do Uruguai, o já General Andrade Neves ia à frente da 3ª Brigada de Cavalaria. Por ocasião do episódio conhecido por Sítio ou Cerco de Montevidéu, foi ele designado para atacar a fortaleza do Cerro. A 3ª Brigada avança e a guarnição iça a bandeira branca nas ameias da muralha. Terminada a campanha no Uruguai, pelo tratado de 20 de fevereiro de 1865, o exército imperial marcha a caminho do Paraguai. Penetrou no território do Paraguai em 1867. Na batalha de Tuiucué, em 16 de julho de 1867, suas divisões tomam a trincheira de Punta Carapá, arrastando os paraguaios em derrota até Humaitá. Em 3 de agosto derrota setecentos cavaleiros em Arroio Hondo.
Recebeu o título de Barão do Triunfo que lhe foi conferido pelo governo imperial em 19 de outubro de 1867; após a derrota total da cavalaria paraguaia que fazia frequentes diversões no exterior das fortificações de Humaitá; que deixa no campo cerca de 800 baixas. O Barão do Triunfo liderou pessoalmente o assalto ao Forte do Estabelecimiento em 1868. O ataque ao forte paraguaio aconteceu no contexto da passagem de Humaitá (19 de Fevereiro de 1868). Sob pesadas perdas, o Barão foi ferido e teve seu cavalo morto, mandou desmontar sua tropa de cavalaria e atacou a fortaleza até tomá-la. As perdas dos aliados foram estimadas em 1.200 homens (entre mortos e feridos) e as paraguaias em 150 homens e 9 peças de artilharia. A tropa sob comando do Barão do Triunfo era apelidada pelos paraguaios de caballeria loca de cuenta (cavalaria louca varrida).Após a queda da Fortaleza de Humaitá (Julho de 1868), Francisco Solano López concentrou as suas tropas em uma posição forte ao longo do riacho Piquissiri, na margem esquerda do rio Paraguai.
Para contorná-la, Caxias determinou a construção de uma estrada com onze quilômetros de extensão, na margem direita do Paraguai, através dos pântanos do Chaco, conduzindo à retaguarda dos paraguaios. Três combates tiveram lugar durante a marcha, todos galhardamente vencidos pelo Barão do Triunfo, que foi inclusive ferido pela artilharia Paraguaia. López, convencido de que as tropas aliadas não poderiam cruzar o Chaco, foi surpreendido com o assalto aliado pela sua retaguarda, com seu exército praticamente destruído, foi forçado a recuar com as suas tropas sobreviventes, cerca de 600 homens. Em 1869, contando 62 anos de idade, a febre vem assaltá-lo e o ferimento no Pé que sofreu em Lomas Valentinas agrava-se com rapidez. Levado à Assunção foi recolhido ao palácio tomado de Solano López onde morreu de seus ferimentos. Atualmente o General Joaquim de Andrade Neves está enterrado na Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário em Rio Pardo, RS. Casou-se com Ana Carolina de Andrade Neves com quem teve três filhos: Maria Adelaide de Andrade Neves, José Joaquim de Andrade Neves Filho e Luiz Carlos de Andrade Neves. Era avô de José Joaquim de Andrade Neves Neto
Texto de Alceu Batista
Fonte: José Joaquim de Andrade Neves
Biographia: Francisco Ignacio Marcondes