Torres Homem Rodrigues da Cunha

por | 05/10/2025 | PERSONALIDADES | 0 Comentários

foi um dos grandes protagonistas da história da pecuária brasileira. Com atuação marcante no da , seu legado ultrapassa fronteiras e permanece vivo especialmente em , cidade que adotou como lar e transformou em polo nacional da reprodução bovina. Neste artigo, o site Memorias.me revisita sua trajetória, suas contribuições técnicas e o impacto duradouro de sua obra.

Raízes mineiras e vocação precoce

Natural de , nasceu em 3 de janeiro de 1916. Filho de (fundador da tradicional marca ) e , cresceu em meio ao universo agropecuário.

Foi em meados de 1914, na , em , que deu início à criação que é hoje o rebanho , comprando 14 novilhas e um touro de . No ano seguinte, nasceram as primeiras crias, às quais o jovem Vicente Rodrigues aplicaria a própria marca – o ferro .

Desde o princípio, a sempre se preocupou em reunir animais de origem importada, com procedência comprovada. Essa característica se revelaria especialmente na década de 30, quando foram adquiridas de , 600 matrizes para povoar a Fazenda Pontal do Corumbaíba, recém-comprada por em .

Importações da Índia e revolução genética

Nos anos 1960, promoveu uma verdadeira revolução genética ao enviar representantes à Índia em busca de reprodutores . O mais célebre deles foi , considerado “o mais perfeito do mundo”. Sua chegada ao Brasil marcou um divisor de águas na linhagem nacional da raça.

Outros genearcas trazidos da Índia — como Golias, Rastã, Bima e Bramine — além de diversas matrizes indianas, contribuíram decisivamente para a evolução genética do brasileiro. Essas ações posicionaram a marca como referência em qualidade e inovação.

Inovação técnica: o laboratório de sêmen

Em 1968, inaugurou na , em Araçatuba, o primeiro laboratório brasileiro de congelamento de sêmen da : a . A iniciativa foi pioneira e permitiu a disseminação de genética superior em larga escala, elevando o padrão da pecuária nacional.

A instalação da consolidou Araçatuba como epicentro da genética bovina no Brasil. A cidade passou a atrair investimentos, gerar empregos e receber reconhecimento técnico em exposições agropecuárias.

Reconhecimento e legado

Sob a liderança de , a marca acumulou dezenas de títulos nacionais como expositora de . Seu nome tornou-se sinônimo de tradição e excelência no setor. Araçatuba, por sua vez, passou a ser vista como referência nacional em reprodução bovina, graças à atuação visionária do pecuarista.

, o touro símbolo da revolução genética, faleceu em 1972 e foi embalsamado. Até hoje, permanece exposto como troféu na Zebulândia, testemunho da importância histórica da linhagem trazida por .

Vida em Araçatuba e despedida

Desde 1962, fixou residência em Araçatuba, cidade que escolheu para desenvolver seus projetos pecuários. Faleceu em 11 de janeiro de 2010, aos 94 anos, vítima de pneumonia. Seu corpo foi velado em Uberaba-MG, no Centro de Eventos da , com cortejo até o jazigo da família no .

deixou seis filhos: José Carlos (casado com Júnia Naves Rodrigues da Cunha), Maria Helena (casada com o presidente da José Olavo Borges Mendes), Torres Lincoln, Joaquim Vicente, Lílian e Vicente.

Araçatuba: orgulho e memória

A presença da marca e o laboratório de sêmen transformaram Araçatuba em referência nacional. O impacto econômico foi expressivo: geração de empregos, valorização da terra, atração de investimentos e reconhecimento técnico. Em exposições locais, e seus descendentes foram homenageados por sua contribuição à pecuária.

Conclusão

foi um dos pilares da pecuária brasileira. Sua visão genética, as importações criteriosas e a criação do primeiro laboratório de sêmen mudaram o padrão da raça no país. Mais do que isso, fortaleceram a economia e o prestígio de Araçatuba no agronegócio. Seu legado permanece vivo — na genética bovina, na marca e na memória de uma cidade que se orgulha de sua história.

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